Toda expatriação profissional representa uma grande oportunidade, tanto para o funcionário quanto para a empresa. Mas implica na construção de uma política corporativa sólida e transparente em torno do tema e, acima de tudo, um processo de expatriação bem definido. No artigo abaixo, conheça as diferenças entre política e processo de expatriação, incluindo algumas dicas de como iniciar esse trabalho de forma atender e integrar as demandas dos expatriados aos objetivos da empresa.
Quando a empresa precisa se organizar para iniciar um processo de expatriação, isso é um bom sinal: indica a expansão de negócios, ampliação de projetos para além das fronteiras nacionais e internacionalização da sua marca e rede de contatos. Ao mesmo tempo, é um processo que envolve realocar em outro país alguns dos colaboradores mais qualificados da organização, o que requer conhecimentos específicos e cuidados especiais quanto aos trâmites legais, bem como os desafios relativos à adaptação do profissional ao novo destino. Afinal, juntamente com as oportunidades de crescimento que a carreira em outro país oferece ao expatriado, há questões que afetam sua vida pessoal, financeira, seu estilo de vida e os consequentes desafios de adaptação da sua família.
Chamamos de “processo de expatriação” esse conjunto de atividades de natureza administrativa, legal e operacional referente à transferência de um colaborador de uma empresa de um país para outro. Para que esse movimento seja benéfico e bem-sucedido para todas as partes envolvidas - a organização como um todo, o colaborador e sua família - é importante entender a necessidade de se ter um processo claro, estruturado e bem delineado, a fim de que as mesmas regras e disposições sejam aplicadas a todos. Neste sentido, cabe pensar em uma pensar em uma Política de Mobilidade Global. Enquanto o processo se refere mais ao ‘que’ deve ser feito, a política fala sobre ‘como’ e ‘porquê’. Ela engloba as diretrizes internas da companhia, que estabelecem os parâmetros e termos para orientar o processo do início ao fim. Deve ser elaborada a partir das metas da empresa em alinhamento às necessidades e demandas dos colaboradores expatriados, de forma que fique claro e consistente, para as partes diretamente envolvidas, como elas devem agir.
Diversos são os temas a serem abordados na Política de Mobilidade Global de uma empresa, como por exemplo:
Duração da transferência internacional: temporária ou permanente;
Critérios utilizados para definir a temporalidade;
Duração máxima de uma expatriação de acordo com o entendimento da empresa;
Assessoria imigratória e segurança no processo de autorização de trabalho;
Remuneração, benefícios, tipos de suporte e orientação que serão oferecidos ao colaborador e sua família durante o processo;
Tempo de duração desses benefícios, se terminam após um período ou são mantidos enquanto durar a expatriação;
Responsabilidades dos pontos focais nos países de origem e destino;
Tributação aplicável caso a caso e responsabilidade pelo pagamento de impostos durante o período de transferência;
Procedimentos para casos especiais como enfermidade durante a expatriação ou calamidade pública no país de destino;
Retorno ao país de origem.
Quanto mais detalhados os tópicos, mais claro para todas as partes e maior o comprometimento delas com o processo. Para o colaborador e sua família, por exemplo, prever questões sensíveis pode fazer muita diferença, como garantir a correção anual dos valores de benefícios, no caso do país destino ter uma economia sujeita à inflação, definir atividades integrativas para os familiares, incluindo treinamentos interculturais, em especial aulas de idioma. Para a empresa, definir bem o time frame de todo o processo, com prazos factíveis e alinhados junto à cadeia de fornecedores e agentes do processo, é fundamental para o sucesso da transferência e o bem-estar do expatriado.
Além de todas as vantagens processuais e operacionais, uma Política de Mobilidade Global bem definida e transparente garante o engajamento dos setores da empresa e sua eficiência em relação ao processo, auxiliando na adaptação e aderência do colaborador expatriado às regras, cultura e desafios da nova realidade.
Por isso, é importante que a equipe de RH, principal responsável por estruturar e gerenciar as atividades de expatriação, possa contar com suporte especializado - principalmente nas questões administrativas, imigratórias e fiscais do processo - para que a empresa e o profissional possam trabalhar em conformidade com a legislação de cada país, incluindo aí a expertise sobre a existência de vantagens legais que minimizem custos e maximizem benefícios - tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
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